OFICINA DO PARANÁ TEM GRANDE REPRESENTATIVIDADE
Teve inicio na última quinta feira, 28, a Oficina Estadual do Paraná sobre a Avaliação dos 10 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica.
O evento, que aconteceu em Curitiba, foi promovido pela Escola Nacional dos Farmacêuticos, Federação Nacional dos Farmacêuticos, Conselho Nacional de Saúde e o Sindicato dos Farmacêuticos no Estado do Paraná e contou com apoio de várias entidades, entre elas o CFF, CRF/PR, Conselho Estadual de Saúde do Paraná, Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Associação Paranaense de Farmacêuticos, Associação Pontagrossense de Farmacêuticos, Associação Maringaense de Farmacêuticos, Sociedade Norte Paranaense de Farmacêuticos, Associação de Farmacêuticos de Apucarana, Associação dos Farmacêuticos e Farmacêuticos Bioquímicos de Campo Mourão e Região.
Na abertura, a presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Paraná, Lia Mello de Almeida, organizadora e oficineira da Oficina do Paraná, agradeceu à Escola Nacional dos Farmacêuticos e à Fenafar a oportunidade de realizar uma das Oficinas no Paraná. Destacou que a comemoração dos 10 anos da PNAF, ocorre no momento das comemorações dos 40 anos da Fenafar e dos 35 anos do SINDIFAR-PR. Ela ressaltou a importância de estarem presentes na Oficina representantes de associações de farmacêuticos de várias regiões do Estado, enriquecendo o debate nos grupos, trazendo realidades e experiências diversas. “Com um público bem diversificado, esta Oficina tem a vitalidade da juventude”, disse citando a presença do colega Antonio Bonfim, e a experiência de várias lideranças que já militam há anos.
O eventou contou, também, com a presença de representantes do Departamento de Assistência Farmacêutica do Estado, Central de Medicamentos do Paraná e do Consórcio Paraná Saúde de Medicamentos. A realização das Oficinas Estaduais para comemoração e análise dos 10 anos da PNAF não é um evento restrito e corporativo, é sim uma análise do quanto a Assistência Farmacêutica trouxe de benefícios à saúde da população e o quanto ainda pode melhorar, prova disso é a participação efetiva de entes do Controle Social, em especial de usuários, durante todo o evento, ficando fixada a imagem do farmacêutico, não como o profissional do medicamento, mas como o profissional da Saúde.
O Diretor da Escola Nacional dos Farmacêuticos Luciano Soares declarou que foi acertada “a decisão da Escola Nacional dos Farmacêuticos de realizar as oficinas de avaliação dos 10 anos da PNAF, por vislumbrar a oportunidade de no ano que completa 10 anos da publicação da PNAF ser anterior a realização da 15ª Conferência Nacional de Saúde (CNS). Para os farmacêuticos, profissionais da saúde e do controle social contribuírem nesta avaliação, apontando os avanços e os desafios para a implementação da respectiva política, e com isto acumularmos troca de experiências, de vivências e de olhares e de mobilização para a participação de todos nas etapas da 15ª CNS, bem como o fato que no momento que todos os participantes desta oficina tomam conhecimento dos fatos e compartilham seus entendimentos sobre a PNAF, todos se tornam responsáveis pelo andamento desta trajetória. É importante também o fato de as discussões não estarem restritas ao farmacêutico, para atender as necessidades do farmacêutico. Mas sim, é uma discussão com a participação de gestores, de prestadores de serviço, de trabalhadores da saúde e dos usuários do SUS, para apontar o que se faz necessário para atender as necessidades da população. Após a realização de 15 oficinas, será realizado em Brasília, no mês de dezembro, o fechamento nacional, o qual irá compilar todas as análises, constituindo num relatório final que servirá de subsídio aos participantes das oficinas e da sociedade para os debates futuros. E para ser feita esta análise, será utilizado o método swot, que possibilita a análise interna e externa da PNAF, de maneira que possamos elencar caminhos de avanços para a consolidação da PNAF”, finalizou Luciano Soares.
Débora Melecchi, diretora da Fenafar, destacou que “para a Fenafar é uma honra, ao completar seus 40 anos, vivenciarmos os 175 anos da 1ª Escola de Farmácia de Ouro Preto, bem como os 10 anos da PNAF. A Federação que ao longo dos anos sempre debateu, propôs e interviu na construção da saúde e do trabalho no Brasil, em que se destaca a própria PNAF. Política inovadora, que no arcabouço do SUS, é implementada se estiver inserida da Política de Saúde e norteadora das políticas setoriais, como a de medicamentos e ciência e tecnologia. PNAF que foca eixos estruturantes, desenvolvida pela equipe de saúde no atendimento das demandas da população. Deste modo, parabenizamos a Escola Nacional dos Farmacêuticos. Que nos proporciona, através de uma metodologia dinâmica e que possibilita a participação de todos, registrando todas as proposições. Pois estes são os objetivos da oficina, para obtermos um produto final consistente e que proporcione impacto positivo no atendimento das necessidades do povo brasileiro. Em especial neste momento, em que a categoria dos farmacêuticos, com apoio de legislações sanitárias e profissionais, e reconhecimento dos demais trabalhadores da saúde e dos gestores, vem comprovando que sua presença não é o simples atendimento à legislação e sim a essência do funcionamento dos serviços, juntamente a equipe multidisciplinar. A PNAF Paraná iniciou com total sucesso. Tanto no sentido do número expressivo de participantes, de profissionais que atuam na ponta do sistema, bem como a participação do controle social e de gestores, com este público foi extremamente rico as discussões e as propostas elencadas na matriz swot”.
Estiveram ainda na abertura do evento, o presidente da CRF/PR Arnaldo Zubioli, o Presidente do CES/PR, Antonio Garcez Novaes Neto, o Chefe do Centro Estadual de Vigilância Sanitária da SESA, Paulo Costa Santana, que representou o Secretário de Estado da Saúde Michele Caputo Neto, o Superintendente da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Luiz Armando Erthal, que representou o Secretário Municipal de Saúde, Adriano Massuda, a representante do segmento dos usuários do CES/PR, Malu Gomes.
Após a abertura a Diretora da Assistência Farmacêutica do estado do Paraná fez uma balanço geral da aplicação da Política no Estado.
Débora Melecchi, diretora da Fenafar, fez uma apresentação da situação da Assistência Farmacêutica antes da PNAF e a situação atual.
Ainda na parte da manhã foi apresentada a metodologia a ser utilizada nos grupos de trabalho, bem como a apresentação dos oficineiros e relatores dos grupos. Os grupos se reuniram na parte da tarde onde discutiram os temas da PNAF.
Na sexta feira, dia 29 de agosto, os relatores fizeram uma apresentação sistematizada das forças, fraquezas, oportunidades e ameaça da PNAF seguindo a metodologia SWOT trabalhada nos grupos. Esta avaliação contribuirá para a avaliação nacional.
Após a apresentação dos relatores, participaram do debate Antonio Passos Santos, do Conselho Municipal de Saúde de Mandaguaçu/PR que declarou estar “muito feliz em participar deste evento, pois é mais um pouco que aprendemos sobre uma parte da saúde que é a Assistência Farmacêutica, que é fundamental para a população”, segundo Antonio Passos, levará todas as questões levantadas pelos grupos, no que se refere ao financiamento, recursos humanos, gestão e acesso aos medicamentos com a devida assistência farmacêutica. “Vou reunir os farmacêuticos do município e conversar com o prefeito sobre a importância deste processo que debatemos”, finalizou.
Para o Presidente do CES/PR, Antonio Garcez Novais Neto, “o evento foi extremamente produtivo, pois se inicia com uma comemoração dos 10 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, discutindo e avaliando o que foram estes 10 anos, discutindo o presente, mas principalmente quais são as perspectivas da PNAF. Esta avaliação discutida com todos os agentes envolvidos e os debates em grupos, podemos dizer que temos uma opinião otimista do que vais ser daqui pra frente a PNAF”.
Para o Diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Luiz Armando Erthal, “temos que entender e olharmos para 15 anos atrás quando não existia nenhuma Política ou ação na Assistência Farmacêutica. Poderia ser pior se não fosse a PNAF, pois estamos comemorando os 10 anos deste política, avançamos muito, nos níveis municipais, estaduais e no âmbito federal, nós crescemos nestes 10 anos. Lógico que muitas coisas precisam ser feitas. Destaco aqui o papel da universidade e da academia, pois precisamos de gente, de mais farmacêuticos preparados para assumir cada vez mais a responsabilidade de assumir papel importante para a saúde da população e a formação é fundamental. Temos que levar este debate que realizamos aqui estes dois dias para dentro da universidade, tanto os professores como os alunos precisam se apoderar deste debate do que é a PNAF e como podemos contribuir para melhorá-la cada vez mais, da mesma forma que precisamos buscar todos os colegas farmacêuticos da iniciativa privada, a PNAF também deve debater os problemas tanto público como privado e das farmácias populares, porque se as farmácias são estabelecimentos de saúde, precisamos urgentemente envolver este setor neste debate. Outra questão que levanto, há 15 anos atrás tínhamos 3 universidades no estado que produziam algum tipo de medicamentos e atualmente, nenhuma produz mais nada. Precisamos recuperar a universidade para que venha cumprir este papel social e atender a saúde da população, um centro de ciência e tecnologia efetivo e o farmacêutico com certeza desempenhará um papel importante neste processo”.
Para a diretora do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de Sergipe, Daniela Santos, que foi umas das Oficineiras convidada pela Escola Nacional dos Farmacêuticos e pela Fenafar, “gostei muito da PNAF Paraná, foi enriquecedora, pois contou com a participação do controle social que não era farmacêutico e até de Santa Catarina, contou com a presença também de farmacêuticos gestores, da capital, do interior. Tiramos várias propostas importantes que vai contribuir para a Oficina Nacional em dezembro.”
Adelir da Veiga