COMEÇA O CONGRESSO DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Teve início em São Paulo o 5º Congresso Brasileiro Sobre o Uso Racional de Medicamentos
cujo foco será a segurança do paciente. A campanha pelo uso racional de medicamentos é prioridade da agenda nacional de Saúde, e faz parte das estratégias da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo o coordenador do programa Farmácia Popular do Brasil, do Ministério da Saúde, e membro do Comitê de Uso Racional de Medicamentos, Marco Aurélio Pereira, o tema ganhou força depois que o Comitê avaliou a necessidade de integrar a população nas atividades diárias dos profissionais.
“O Comitê verificou que os temas dos quatro primeiros congressos sempre foram voltados aos profissionais. Assim, entendeu que nesta edição o congresso deveria extrapolar, tendo a sociedade como parceira, levando a discussão do Uso Racional de Medicamentos para a população”, explica.
Diretora de Imprensa e Divulgação do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, Priscila Vaultier, reconhece a importância do evento para o fortalecimento do sistema de saúde. “O congresso tem uma grande importância para a concretização de ações em busca do uso racional dos medicamentos visto que o resultado do mesmo é fruto da discussão sobre o tema entre os diversos atores responsáveis, profissionais das diversas áreas da saúde e usuários de medicamentos- o que o torna ímpar”, disse.
Ao lado de Célia Chaves, do Comitê Nacional para o Uso Racional de Medicamentos e tesoureira da Federação Nacional dos Farmacêuticos, e da presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás, Lorena Baía, Priscila ministrou uma oficina voltada para a promoção do uso racional de medicamentos e a segurança do paciente para conselheiros de saúde, e lembrou da participação do Controle Social no fortalecimento da campanha. “O controle social é uma ferramenta da sociedade para propor e efetivar políticas públicas com resultados eficientes. O resultado da oficina, foi muito rico, trazendo respostas de como o controle social pode contribuir para a promoção do uso racional do medicamento e para que o Programa Nacional de segurança do paciente possa alcançar o sucesso desejado”.
O espaço do Anhembi ficou pequeno para as expectativas dos visitantes em colaborar com a campanha. Estudante de Farmácia da Universidade de São Paulo, Carlos Montenegro, concorda que a discussão do tema é primordial. “As pessoas hoje não se dão conta que remédio é uma coisa séria, não é um produto para você consumir sempre que quiser”.
Ele ainda lembrou que a aprovação da lei “Farmácia, estabelecimento de saúde” está diretamente ligada à promoção do uso racional de medicamentos, pois “favorece a posição do profissional como um gestor de saúde e profissional responsável por informar e formar a população a respeito da atenção básica de saúde”.
Mestrando pela Universidade Estadual de Maringá, Antônio Bonfim, participa do evento com o mesmo intuito. “É sempre bom ganhar mais conhecimento, o Congresso vai ajudar muito nisso”.
Conhecimento e trabalho se misturaram na cerimônia de abertura, que contou com a participação do ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Ao relembrar das lutas do Comitê Nacional, Célia Chaves destacou importantes realizações, como o Prêmio Nacional de Incentivo à Promoção do Uso Racional de Medicamentos, e o próprio Congresso. “A perspectiva de conquistar uma melhor qualidade de saúde para todos os brasileiros”, segundo Célia, é o motor do evento.
Presidente da Escola Nacional dos Farmacêuticos, Silvana Nair Leite, agradeceu todos as pessoas que “atenderam o chamado para este que já um evento obrigatório de todos que se ocupam do uso dos medicamentos da nossa sociedade”.
Silvana reservou um agradecimento especial aos integrantes do Controle Social, que é participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da administração pública. “A sua participação nas atividades desse Congresso certamente é um marco no que temos chamado de uso racional de medicamentos, e vai fazer a diferença”.
Para Silvana, os “tempos recentes não permitem continuar pensando sobre a saúde apenas pelos olhos dos profissionais”, uma vez que a participação da população adequa as políticas públicas às necessidades além dos olhos “técnicos”.
A integração entre profissionais e sociedade é a linha que costura a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Em 2014, Silvana lembrou que a PNAF faz 10 anos, e exaltou as oficinas regionais sobre o tema, promovida pela Escola dos Farmacêuticos, em parceria com a Federação Nacional dos Farmacêuticos, e seus sindicatos parceiros.
“A PNAF estabelece a assistência farmacêutica como bem mais do que ter medicamentos nas prateleiras dos serviços de saúde. O medicamento ganha valor pelas ações dos profissionais, que com ele promovem a cura, o restabelecimento e o bem estar das pessoas”, destacou Silvana, que foi bastante aplaudida ao lembrar que “a assistência farmacêutica e assistência do farmacêutico são direitos do brasileiro, e assim precisam ser respeitados”.
O Ministro da Saúde, Arthur Chioro, não tem dúvidas, e por isso, logo no início da sua fala, destacou o papel do farmacêutico na Saúde. “A assistência farmacêutica integral tem sido nos últimos anos tem sido um foco de reflexão, no que se refere ao princípio da integralidade e a própria disponibilização desses medicamentos para a população”, disse.
Chioro louvou os esforços da PNAF, e ressaltou que o Ministério da Saúde já investiu 80 bilhões somente em assistência farmacêutica. “O Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF) foi um grande avanço”
“Outra questão importante é o programa de qualificação da assistência farmacêutica, do qual nos orgulhamos muito, porque tem sido muito importante para o desenvolvimento da farmácia”, lembrou Chioro ao divulgar os primeiros dados da pesquisa sobre acesso e utilização do uso racional de medicamentos no Brasil. Para ele, o levantamento “vai nos ajudar a aprofundar a diversidade do brasil, e entender como fazer o processo de gestão singular, voltado para as necessidades de cada região.”
Em sua conclusão, o ministro apontou tópicos importantes que unem a assistência farmacêutica ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde, como “a qualidade e da eficiência dos medicamentos, onde é central o papel da vigilância sanitária no nosso sistema nacional”.
Para ele, o modo mais digno de resgatar a importância do SUS é diretamente ligada à atenção básica, e por isso “a assistência farmacêutica é uma direção imprescindível”, finalizou.
Leonardo Simões