PNAF ACRE DESTACA O CUSTO AMAZÔNICO COMO DESAFIO A SER SUPERADO
Oficina de Avaliação dos 10 anos de PNAF no Acre foi um sucesso. Os grupos destacam Custo Amazônico como principal problema a ser superado.
O último dia da Oficina estadual de Avaliação dos 10 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) marcou vários profissionais acreanos. Farmacêuticos, acadêmicos de Farmácia, Gestores do Estado e dos municípios do Acre que participaram do encontro, saíram com outra visão sobre o tema.
Durante os dias de discussão e avaliação do Plano, os cinco grupos de trabalhos demonstraram um grande envolvimento e interesse sobre as temáticas abordadas. Foram debatidos assuntos como: A Universalidade do acesso a saúde e aos medicamentos, os recursos humanos no SUS, o Financiamento da Assistência Farmacêutica, a Gestão da Assistência Farmacêutica e o Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico.
Um dos pontos do PNAF que ganhou destaque em todos os grupos foi o custo Amazônico. O fato de o estado estar localizado em uma região de difícil acesso, longe dos grandes centros e com uma logística difícil é um dos grandes fatores que impedem uma cobertura farmacêutica satisfatória.
O Presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Acre, Juciner Araújo comemorou o resultado da Oficina, onde vários problemas poderão chegar até a Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica, e em seguida, ao Ministério da Saúde. “Deveríamos tentar mudar o geral, tem a regionalidade, as especificidades, e vários outros fatores regionais que não são vistos pelos grandes centros”.
Dione Silva, representante do Controle Social do Município de Brasiléia, declarou que “às vezes falta interesse de apoio entre os próprios responsáveis da gestão. Ficamos muito tempo sem a ajuda de um profissional farmacêutico, e nós sabemos que o trabalho só cresce quando se trabalha em equipe”.
A representante da Escola Nacional dos Farmacêuticos, Fernanda Manzini, declarou que “o relatório do Acre tem vários pontos de grande diferenciação de outras regiões, como por exemplo, a formação de novos profissionais, fruto da primeira turma do curso de farmácia, sendo, portanto um fortalecimento para a categoria”
Participantes da PNAF-AC se manifestam contra a MP 653Participantes da PNAF-AC se manifestam contra a MP 653Ela destacou também que a MP 653 “não pode ser uma luta apenas dos farmacêuticos, e sim da sociedade, entendendo que o profissional é de grande importância para todos. É preciso buscar a sociedade no dia a dia, indo em busca de se aproximar dos precisam dos serviços. Não pode ser uma demanda só de farmacêuticos”.
Fugindo do comum, a participação do Ministério Público do Acre, através da presença do promotor de Justiça Glaucio Ney Shiroma Oshiro, da Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, engrandeceu o evento. Ele parabenizou a qualidade dos debates e declarou que “essa é uma oportunidade única em Rio Branco para nós participarmos de forma comunitária e também auxiliando o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da política nacional. Para termos uma idéia, em 2010, o mercado farmacêutico correspondia quase 1% do PIB, o que equivale a R$ 32 milhões. É muita coisa. Isso demonstra a forma da indústria farmacêutica e a importância de se regulamentar a utilização dos medicamentos”, disse o promotor.
Como parte da programação de encerramento do evento, o Vice Presidente da FENAFAR, Rilke Novato, ministrou uma palestra sobre a profissão farmacêutica, comemorando os 40 anos da Federação Nacional dos Farmacêuticos. “Estou surpreendido com a participação de todos, levando em consideração que oficinas realizadas em locais com mais profissionais, nós conseguíamos uma participação numericamente igual a de vocês, em um estado com menos de 300 farmacêuticos, então parabéns pela disposição e pela qualidade dos debates”, afirmou o Vice Presidente.
Fonte: SINDIFAC