SINDIFARS REALIZA CURSO SOBRE TRAJETÓRIA DO TRABALHO FARMACÊUTICO NA CONTEMPORANEIDADE
Ao longo do dia, a professora do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina
apresentou conceitos, características e tipologias do trabalho, em especial do trabalho farmacêutico, e propôs um debate sobre a evolução histórica do trabalho farmacêutico no Brasil.”Participaram do curso colegas farmacêuticos da área hospitalar e logistica e tivemos a honra de poder debater com protagonistas de momentos muito importantes da profissão no pais, como Célia Chaves, Jussara Cony e Sara Kanter. Vários momentos históricos para o ensino e trabalho farmacêutico foram relembrados, como a criação da Faculdade de Farmácia da UFRGS, em 1890, a transformação da botica em farmácia, a chegada das industrias farmacêuticas estrangeiras, a reforma do ensino de 1962 – que refletiu (e talvez tenha sido determinante!) o processo de afastamento do farmacêutico do contato com as pessoas e acabou por resultar na ‘adjetivação’ do farmacêutico em farmacêutico-bioquimico, farmacêutico industrial etc, a transformação da farmácia em drogaria e depois ‘loja de conveniencia’, o famigerado projeto Marluce Pinto, entre outros. Ao tratarmos os periodos históricos mais recentes, de 2003 em diante, percebemos o quanto avançamos no setor público, na assistência farmacêutica e nas políticas de abastecimento e acesso aos medicamentos. Também discutimos a retomada do contato do farmacêutico com as pessoas e o quanto ainda temos a avançar para a efetivação do seu reconhecimento como trabalhador e profissional de saúde, por ele, pelos outros profissionais e pela sociedade”, avalia Marselle.
A farmacêutica Sara Kanter elogiou o curso. “Marselle com simpatia e competência, ministrou um curso que nos fez reviver e conhecer a trajetória profissional farmacêutica através de uma linha do tempo de décadas. Na plateia, desde alunos no curso de Farmácia, aos profissionais e as antigas farmacêuticas – por ordem de antiguidade- Sara, Jussara e Célia. Foi um dia rico em experiências com uma ministrante de excelente nível”, disse.
O presidente do Sindifars, Masurquede Coimbra, participou do curso e avaliou a atividade como positiva por permitir visualizar como é importante a força de trabalho do profissional farmacêutico, ao longo dos últimos 80 anos, na construção do Brasil.
“Um debate enriquecedor com colegas farmacêuticos das áreas de drogaria, farmácia hospitalar, distribuidora, controle social, farmácia pública, docência acadêmica e estudantes de farmácia permitiu verificar e relembrar que o trabalho do farmacêutico teve um grande avanço e importância para sociedade brasileira até os anos de 1950 pela farmácia magistral. Mas, o grande processo de industrialização, após a Segunda Guerra Mundial, levou o trabalho do farmacêutico para dentro da indústria produtora de medicamentos no Brasil e para os laboratórios de analises clínicas, afastando um pouco o trabalhador farmacêutico da população, da sociedade e do medicamento nos anos de 1960 a 1990”, relatou Masurquede.
Os principais assuntos debatidos no curso foram: o constante ataque contra a profissão farmacêutica, o desinteresse do trabalhador farmacêutico pela sua função primordial de orientação à população, o uso irracional de medicamentos, os interesses absurdos do comércio em vender medicamentos de forma descontrolada à sociedade brasileira e os casos de falsificação de medicamentos por todo o país.
“O curso ministrado mostrou uma oportunidade real de realce ao trabalho da categoria farmacêutica voltado para a população brasileira no atendimento de suas necessidades. Muito bom. A Escola não deve medir esforços para levá-lo a todos os estados e universidades brasileiras. Muito obrigado à Escola Nacional de Farmacêuticos por estar preocupada em construir oportunidades de formação aos trabalhadores farmacêuticos do Brasil”, afirmou o presidente do Sindifars.
Da redação com Sindifars
Publicado em 14/07/2017, atualizado em 18/07/2017