PNAF EM SÃO PAULO DESTACA O CONTROLE SOCIAL
PNAF em São Paulo tem destaque na participação de integrante dos Conselhos Municipais de Saúde.
No primeiro dia da Oficina sobre os 10 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), em São Paulo, ficou evidente que a participação do farmacêutico é essencial para o fortalecimento das políticas públicas de saúde. O debate acontece no Hotel Brason Augusta, na capital paulista, e conta com a realização da Escola Nacional dos Farmacêuticos, em parecia com a Federação Nacional dos Farmacêuticos e o Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo.
A Política Nacional de Assistência farmacêutica, segundo o subsídio publicado pela Escola dos Farmacêuticos, é a garantia de integração entre saúde, gestão do trabalho e educação, propondo estratégias para a equidade no acesso a medicamentos, ações na prevenção de doenças e apoio no diagnóstico. Dessa alquimia, o farmacêutico tira as informações necessárias para favorecer sua inserção do farmacêutico no núcleo essencial do Sistema de Saúde, desde a atenção básica, além de qualificar a categoria para ocupar uma posição muito além da mera dispensação de medicamentos.
Primeira palestrante do evento, a professora universitária e ex-presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Célia Chaves, exaltou a presença de vários Conselhos Municipais de Saúde, e que o debate tem muito a ganhar com esse “outro olhar”. “A riqueza da oficina é ter essa diversidade de atores, e de representações diferentes, trabalhadores e usuários, gestores”.
Conselheira do Conselho Municipal de Saúde São Paulo, Vitta Aguiar não tem dúvidas a respeito do benefício da PNAF, uma vez que conselhos e políticas públicas estão unidos pelo Controle Social. “O Conselho tem que passar para a população informações sobre as políticas públicas, e a PNAF está inserida totalmente nesse contexto”.
Se depender do farmacêutico Hugo Aparecido de Medeiros, de Suzano, no interior de São Paulo, a PNAF será um guia indispensável no seu cotidiano. “Esse contato não só com conselheiros acrescenta muito, porque você a outra parte”.
A troca de experiências está diretamente ligada à interdisciplinaridade proposta pela PNAF. E resultado deste envolvimento dos profissionais é a promoção da saúde, principalmente no que diz respeito ao uso racional de medicamentos, através de um atendimento humanizado. “O uso racional é o objetivo principal das oficinas”, explica Célia.
Estudante de Geografia da Saúde, Carolina Cavanha trabalha em uma consultoria de Políticas Públicas na área de Saúde, e não esconde seu entusiasmo. “Eu achei superinteressante no evento o fato de ser oficina, e não somente expositivo. Acho que isso complementa tanto minha formação profissional, quanto acadêmica.” Não por acaso, o aprimoramento da gestão do trabalho e educação na assistência farmacêutica através de universidades é um ponto-chave da PNAF.
Inclusive, a formação dos profissionais sobre as políticas públicas, principalmente no fortalecimento da Assistência Farmacêutica à população, se faz mais presente agora com a aprovação da lei “farmácia, estabelecimento de saúde”. “A grande luta nossa é que a assistência farmacêutica seja considerada uma atividade de saúde, que o farmacêutico seja um profissional de saúde, e que a nossa profissão seja diretamente ligada à atenção da saúde”, exemplifica Célia. “É a forma que a gente tem de fazer a farmácia privada, que hoje está completamente desconectada do sistema de saúde, realmente se integre as demais categorias.”
Para Célia, esse reconhecimento é o primeiro passo para reescrever o período quando farmácia era considera um mero comércio, uma “loja onde se comprava uma mercadoria”.
Diretora de Imprensa e Divulgação do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, Priscila Vaultier, também considera que o maior desafio da PNAF é desvincular a imagem do medicamento como um produto. “As pessoas precisam compreender a grandeza que Política pode proporcionar ao cidadão, se ela for aplicada”, finalizou.